Mas o que eu tanto escrevo no diário?
E mais: o que você pode escrever no seu e ler ficção ajuda a viver mais?
Indico a escrita (e a terapia) para todo mundo. Ambas as ferramentas foram e são muito importantes e úteis na minha vida, me salvaram de momentos difíceis, me ajudaram a fazer escolhas delicadas, foram imprescindíveis para entender melhor quem eu era e o que eu queria, muito necessárias na hora de organizar sentimentos, ideias, projetos e estavam ali sempre, sempre que eu precisava — mesmo quando eu acreditava que não.
Então, sempre que vou indicar a escrita para alguém, eu começo por ele — pelo diário — porque é simples. E a prática da escrita tem que ser simples. Escrever em um diário, o seu diário é muito intuitivo, não tem regras, não há certo e errado, não tem muito o que pensar, é sentar e escrever e tentar fazer disso um hábito.
Para além da vida pessoal, a prática da escrita de algo tão palpável como minha própria vida, sempre foi muito útil na hora de escrever para o trabalho, seja para projetos próprios ou de terceiros. Ou seja, a prática da escrita, mesmo que em um diário ajuda muito na hora de escrever profissionalmente, mas este também é um assunto que dá pra gente se aprofundar bastante, vamos falar mais sobre isso depois.
Mas sim, muitas pessoas têm dúvidas do que escrever e quando a gente fica muito tempo sem praticar ou está começando é normal se sentir perdido. Às vezes a gente tem muito medo da folha em branco, eu entendo, de verdade.
Porém, a resposta que eu tenho para essa pergunta - apesar de simples - não agrada todo mundo: escreva o que você quiser.
Isso mesmo! Eu sei que pode ser muita coisa, mas essa é a resposta. Seu diário é um registro da sua vida, dos seus pensamentos, emoções, experiências e são elas que vão para o papel junto com os medos, as dúvidas, a saudade e as coisas que não dizemos.
No começo tudo fica confuso, mas com o tempo a gente pega o jeito, vai entendendo melhor o que faz ou não sentido registrar. Quanto mais a gente escreve, mais se conhece e mais sabe o que escrever.
E isso não será estático. Há épocas de se escrever mais, outras de se escrever menos. Tem dias que escrevo umas duas ou três vezes, e passo uma semana sem tocar nele. Hoje eu entendo que está tudo bem, faz parte da minha necessidade e do espaço que a escrita ocupa na minha vida.
Olha, se ainda está precisando de ajuda, eu não tenho regras, mas tenho dicas! Adoro dicas! É bom a gente se inspirar nas vivências e experiências pessoas de outras pessoas, pegar aquilo que deu certo e tentar, acho bem útil, na verdade.
E bem, dica de escrita é o que não falta, mas nos atentando ao diário, uma que eu nunca esqueci eu vi no livro Essencialismo: a busca disciplina por menos (sim, o mesmo livro que citei no e-mail passado); ele fala sobre começar escrevendo menos do que gostaria, todos os dias. Isso porque, segundo o autor, se nos primeiros dias começar escrevendo demais, pode desanimar facilmente. Mas é só uma dica tá? Você pode escrever muito, se achar necessário!
Outra dica, enquanto não pega o seu jeito, é focar no lead do seu dia, a essência dele, o que de fato é importante, ou melhor essencial. Lead, em resumo, no jornalismo é aquela parte da notícia que já nos dá as principais informações, sem precisar ler o todo o resto. Pense em algo como: O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?
Mas, particularmente, complemente sua história, só são orientações. Continuo batendo na tecla de ser livre!
Agora que já temos ideia do que escrever, como não esquecer de escrever?
Até a escrita se tornar parte da sua vida em um nível que não conseguirá mais viver sem ela, tente esta dica aqui que eu li no livro O Milagre da Manhã: coloque seu diário ao alcance da sua vista, de preferência perto de algum objeto que já faz parte da sua rotina. Por exemplo: perto de algum livro que lê todo dia, dos materiais de estudo ou do trabalho, perto da água, da escova de dentes, em cima do computador.
E de preferência, que consiga abrir um tempinho para escrever. Pode ser antes de começar a trabalhar, enquanto toma um cafezinho ou antes de dormir! Facilita um monte!
Atualmente eu escrevo antes de dormir, por isso, ele fica na prateleira do lado da minha cama. Já faz parte do meu ritualzinho noturno, mas se estou muito cansada, eu coloco ele bem do meu lado com a caneta em cima para lembrar de escrever no outro dia!
Ah! E sim, tente ao máximo escrever à mão e não ter diários digitais. Sei que a gente digita muito mais rápido, mas é que, escrever à mão tem uma coisa diferente. Fora que, só a maneira que você pega na caneta aquele dia, pode dizer muito mais do que o que está escrito no papel, vai por mim!
Mas ó, tudo aqui são dicas e experiências pessoais, o melhor mesmo, é pegar o que tem aqui, mais o que você vai ler e pesquisar por aí e fazer seus próprios testes e ver o que realmente funciona pra você! Isso sim é o mais importante: funcionar!
Vou estar torcendo por você, viu!? Precisando, é só responder esse e-mail aqui :)
Ler te ajuda a viver mais e melhor
E não estou falando de autoajuda, é de ficção mesmo. Eu não sei porque muita gente acredita que ler ficção é perda de tempo nesse quesito, mas gente, quer coisa mais prática para aprender do que a ludicidade da ficção? Do que a vida das personagens? Os desafios, as soluções e as consequências do caminho escolhido?
Mas nem sou eu que estou dizendo. Essa afirmação é o resultado de vários estudos sérios sobre o assunto que você pode conhecer mais e melhor no vídeo abaixo (o link dos estudos estão na descrição do vídeo, caso queira saber mais):
Ler literatura reduz o estresse, diminui a ansiedade, melhora as habilidades sociais, aumenta a expectativa de vida e, de quebra, te ajuda a escrever mais e melhor (no sentido de fluidez).
Por isso, se tem dificuldade com esse tipo de texto e quer tentar, esqueça qualquer julgamento e leia o que você quiser ler, no final, tudo se trata da gente com a gente mesmo, né!?
Bem, obrigada por ler e até a próxima! ;)
Bárbara